sexta-feira, 20 de julho de 2012

E no entanto, ela move-se

E no entanto, ela move-se!


Não sei se já repararam, mas desde o 25 de Abril que temos sido financeiramente guiados pela elite dos economistas. Todos eles Professores Universitários, com passagem por essa escola de economistas que parece ser o Banco de Portugal.

Nem assim o País tem uma economia saudável, que nos conduza a bom porto, e nos ofereça qualidade de vida, sem preocupações quanto ao futuro.

Entregues a tantos especialistas, como chegamos a este ponto, onde já nem temos a liberdade de decidir, antes estamos subordinados a um grupo económico que lucra com as dificuldades económicas dos Países financeiramente aflitos, traçando um rumo económico no mundo que lhes permita ganhar em vários tabuleiros simultaneamente.

Felizmente os meus conhecimentos de economia cingem-se ao velho Manual de Economia Política, de Martinez, pelo que livrei-me do contágio dos conceitos económicos em voga nos últimos trinta anos.

Talvez por causa dessa limitação, quando oiço os entendidos falar em empresas, em globalização, e na forma de mover a economia rumo à criação de riqueza, noto sempre que o homem é por eles olhado como mais uma peça de uma máquina, em vez de ser olhado como o verdadeiro e último destinatário da economia.

Substitui-se um homem com a mesma facilidade com que se troca de máquina industrial, a mesma facilidade que leva empresas a deslocar fábricas e contabilidades.

Na minha ingenuidade (só pode ser ingenuidade) pergunto-me quem produz riqueza. Serão as empresas? Os grupos financeiros? Ou será o Homem?

A empresa por si só, sem homens, produz alguma coisa? Como cria então riqueza?

E os grupos financeiros? Sem homens, como conseguem criar riqueza?

Não será a Economia um ciclo que se inicia com a mão-de-obra do Homem, produzindo os bens que os homens vão consumir, permitindo a expansão e a produção de novos produtos, em novos mercados, para mais homens consumirem, num ciclo nunca acabado, sempre em movimento, tendo como destinatário final o Homem, o mesmo que produz o bem e a riqueza?

Ao contrário do que esta revoada de ilustres economistas que nos têm gerido pensam, o consumo não é um mal, antes é uma necessidade. O consumo transporta consigo o pagamento de impostos indirectos e directos, paga as despesas dos meios produtivos e obtêm as mais valias que servem para novos investimentos.

Um pequeno exemplo, que não é mais do que isso.

Cortaram-se os subsídios de Férias e de Natal, como se aqueles fossem uma benesse desnecessária. Esqueceram-se que o clímax das vendas de automóveis coincide com Dezembro e Junho, exactamente por consequência directa desses subsídios. Resultado: o próprio Estado não cobra o Imposto de Circulação (o antigo IVVA, a que acresce o imposto anual de circulação); os vendedores de veículos não vendem, não pagam IVA e, ao não gerarem riqueza, pagam menos impostos; ao não vender, as marcas entram em dificuldades de gestão, despedem pessoal (primeira medida que estes crânios encontram para diminuir despesa), o que significa menos deduções para os regimes de assistência, mais despesa nos subsídios de desemprego, a que não é estranho ainda um acréscimo nas despesas de saúde.

Agora juntem-lhe ainda o peso das férias, com as despesas com Hotéis, Pensões e mercado de arrendamento; as despesas com Restaurantes, com alimentação e similares, mais as despesas com os concessionários das praias, que têm neste período a grande fonte de receita anual, quantas vezes o único período onde podem criar riqueza, e percebemos que os cortes não originaram uma poupança, antes criaram menos receita do Estado, maior despesa com Assistência Social e Saúde, e um risco acrescido na sustentabilidade de negócio. Colocados num prato de uma balança, alguém ousa dizer que o Estado saiu a ganhar com a medida?

Afinal não são apenas os mercados e a Economia que vive na era da globalização. Tudo é global, e um corte nos vencimentos repercute-se de forma estrondosa na economia.

Será que estes economistas de pacotilha percebem isto? Ou estarão tão convictos do que estudaram e aprenderam, que julgam que tudo não passa de uma mera crise que se supera com uns cortes na despesa? Se julgam, talvez fosse tempo de arrepiar caminho, porque estão redondamente enganados.

Afinal, não é só o Relvas que precisa de voltar à escola.

domingo, 3 de junho de 2012

Como se engana uma multidão

De tempos a tempos, assistimos à renovação dos ataques a esses malandros marginais, os fumadores.
Agora é um perfeito idiota, com o nível de Secretário de Estado da Saúde, quem se lembrou de propor a proibição de se fumar no interior dos veículos privados, sempre que nele esteja presente uma criança, como se não houvesse problemas sérios na saúde, em vez de perder tempo com birras e gostos pessoais.
Com um histórico de problemas do foro cancerígeno, e fumador de 2 maços por dia, efectuo exames radiológicos ao tórax periódicos. Em todos, os exames resultam nuns pulmões imaculados, com excepção da cicatriz de uma pleuresia.
Lendo as notícias e os "conselhos" da Direcção Geral de Saúde (cada vez mais parecida com o tenebroso acrónimo da PIDE/DGS), estranhei que os meus pulmões fossem tão alvos. questionei o médico e ele respondeu-me: "Isso é porque o senhor é fumador de boca". O quê, perguntei eu, ao que o médico respondeu que não travava o fumo, inalava e/ou aspirava e deitava fora o fumo, não o engolia.
Espere lá Dr. Isso quer dizer que não há fumadores passivos, retorqui.
Não, não há meu caro senhor. Uns senhores não gostavam do fumo do cigarro, porque os incomodava. Pagaram um estudo científico e publicaram-no. Mas para atingir o seu objectivo, era necessário conquistar a população para o seu lado, apresentar o fumador como um tremendo malfeitor que colocava a vida dos outros em risco. Se fizesse mal só ao fumador, ninguém se ralava com isso. Assim, com o apoio de uma população crédula e receptiva aos terríveis malefícios das doenças, conseguia deixar de ser incomodado.
Depois, os Laboratórios farmacêuticos entraram também na onda, porque viram que estava ali uma grande oportunidade de negócio, tanto maior quanto mais restritos fossem os direitos dos fumadores. Já reparou que os Laboratórios quando têm um produto com um escoamento difícil, logo surge uma kualkuer pandemia? Se soubesse o que os Laboratórios facturaram quando surgiu a primeira proibição, assustava-se. Foi um lucro exorbitante, da ordem dos milhões.
Ainda desconfiado e não convencido (alguém põe a hipótese dos médicos se envolverem em meandros tão negros?), consultei mais três médicos. Não é que todos me disseram o mesmo?
Depois, pensando na minha estadia em Amesterdão, lembrei-me das Coffee Shops, onde o pessoal se deleitava com doses individuais de Cannabis, e cheguei à conclusão que não havia mesmo fumadores passivos, ou então o pessoal é mesmo burro, pois se os houvesse, bastaria um comprar uma dose e todos fumariam cannabis.
Curiosamente, meu falecido Pai sofreu uma intoxicação provocada pelos fumos dos autocarros que chegava, paravam e partiam do Terminal da Rodoviária, na Av. Casal Garcia (que já não existe), apesar de estar em contacto diário com fumadores. Pois, mas os escapes dos carros não fazem mal, até porque não podemos impedir as pessoas de andar de carro, não é?
Já olharam para as paredes e para as gelosias das casas, sobretudo nas grandes urbes? E não faz mal? E é o tabaco que faz mal?
Incomoda? Sim, aceito que incomoda os mais sensíveis, tal como incomodam muitos cheiros, mas não mais do que isso.
Fumar pode provocar danos em quem fuma, mas definitivamente não provoca em quem está em volta de um fumador.Estudos científicos que provam isso, também não faltam. O que falta é eles receberem tanta publicidade como os outros.
Quanto à idiotice do SE da Saúde, estou mesmo a ver um agente à esquina a anotar a matrícula do veículo (o seu por exemplo, mesmo que não fume) e a enviar a multa para casa, ou mandar parar o veículo porque estava a fumar no interior do meu carro, pago por mim (preço e impostos), propriedade privada minha.. O condutor apaga o cigarro no cinzeiro, abre a janela e espera pelo agente. "Está autuado por estar a fumar com uma criança a bordo"; "Mas eu não estou a fumar"; "Porque apagou o cigarro. Eu vi."Pois, mas vai ter que provar que estava". Será a palavra de um contra a do outro e, na dúvida, não há Juiz que condene.
Mais uma Lei para chatear, sem interesse e sem aplicabilidade.
E é isto um SE da Saúde. Já percebi porque razão o Ministério está no fundo da lista. Com um Ministro que de Saúde pouco percebe (só se for de uma paralisia facial), que confunde investimento com despesa, já nada me surpreende.
Entretanto vou assistindo à população crédula e paciente, atrás de um kualkuer tocador de flauta.
Haja pachorra para tanto despautério.
 

sexta-feira, 22 de maio de 2009

Proibido errar?

Actualmente somos inundados de notícias alarmantes, umas insinuando erros dos Juízes por não aplicarem medidas coactivas mais rigorosos (soltam, dizem os media), outras insinuando erros médicos que conduzem à morte.
É ciência certa que errar é próprio do ser humano, não existindo ninguém que possa dizer que nunca errou, na sua vida pessoal ou na sua vida profissional.
Dando de barato que possam existir erros nas decisões dos magistrados judiciais e nas decisões médicas, a verdade é que com eles manifestamos enorme intolerância, como se todos pudessem errar menos os Juízes e os Médicos.
Não tenho acesso às suas folhas de vemcimentos, mas acredito que serão duas das mais bem pagas profissões, uma das quais levou mesmo o actual PR, à data Primeiro Ministro, a propor uma lei, aprovada parlamentarmente, segundo a qual ninguém poderia ganhar mais que o Primeiro Ministro.
Olho para a forma como olhamos estas duas classes profissionais e logo me vem à ideia o pobre do guarda-redes de uma equipa de futebol. Os defesas, os médios e os avançados falham a marcação a um adversário, dessa falha resulta um golo e todos olham para o guarda-redes que foi incapaz de deter a bola. O avançado falha um golo certo e, tal como quando falham a marcação do adversário e é golo, ninguém os acusa, põe em causa o seu profissionalismo, o seu brio. Já o guarda-redes, sofre tratos de polé, como se a culpa de todas as derrotas fossem suas.
Também aqui todos podem falhar. O advogado pode não ter usado todos os meios ao seu alcance para vencer a causa e ninguém o acusa de nada. Os funcionários judiciais podem falhar num qualquer acto processual e ninguém os acusa, salvo os casos em que o próprio Juíz os acusa do lapso em sede própria.
Mas ai do Juíz que decide algo que não se conforma com a ideia que cada um forma daquele caso, que na prática não conhecemos mais do que nos é oferecido pelos media ou em conversas de café.
Deles e das suas capacidades profissionais, oiço o que Mofama não ousou dizer do toucinho, quantas vezes entrando mesmo na bárbara ofensa à sua dignidade e honestidade.
É verdade que o silêncio a que se remetem os magistrados judiciais, a forma como encaram essas reacções, como se fosse algo que resvala na carapaça da sua indiferença, em muito tem contribuido para que o rumor aumente exponencialmente, atingindo hoje um ensurdecedor ruído que não deixa ninguém indiferente, mas não podem continuar em silêncio, relevando as acusações como se produzidas por ignorantes e, por isso, sem importância, porque não há silêncio, o barulho aumenta e não só uma mentira repetida várias vezes, pode transformar-se em verdade, mas mais importante ainda, no dia em que a confiança nos magistrados judiciais cessar (e ela está a um nível tão baixo que assusta), não há confiança na Justiça e o Estado de Direito não se concretiza.
Porque a minha confiança nos magistrados judiciais é ilimitada, exorto-os a largarem o silêncio a que se remeteram, impondo o esclarecimento dos casos que geram as notícias alarmantes, as quais, depois de explicadas todos perceberiam melhor a razão para a decisão e mudariam o alvo da contestação para quem produziu um Código do Processo Penal que envergonha um País que quer viver num Estado de Direito.
A Justiça e os magistrados judiciais não são externos à sociedade, dela fazem parte integrante e activa, com enorme importância na regulação das relações entre pessoas, pelo que não podem, não devem, ignorar aqueles a quem se destina a realização da justiça, presente ou futura.
Já os médicos, sujeitos a restrições no seu trabalho que só são imagináveis em Países menores (um exame complementar de diagnóstico é, para a Administração Geral de Saúde um luxo, imaginem) decidem com base no quadro clínico que o doente lhes oferece, pelo seu exame e pelas suas queixas, formulam um diagnóstico (e quantas doenças manifestam sintomas semelhantes, originando falsos diagnósticos que sem os tais exames complementares podem revelar-se um drama humano) e decidem.
E aqui, é curioso notar que aqueles que são também eles mal-tratados pelas suas decisões, revelam pouca sensibilidade para as condições e dificuldades em que os médicos elaboram os seus diagnósticos, censurando-os e condenando-os, quanto mais não seja porque devem ser responsabilizados como médicos que são, como se estivessem proibidos de errar ou tivessem que assumir os erros e as incapacidades dos outros, desde logo do próprio Estado.
Olhando de novo para o caso particular do futebol, não consigo deixar de concluir que tal como nele, são dois tipos de emoções diferentes que podem ajudar a explicar a forma como vemos os Juízes e os Médicos e os seus eventuais erros: desde logo o desgosto provocado pela derrota, procurando nós no último de toda a cadeia em causa a responsabilidade para o nefasto acontecimento. Sem dúvida que das suas decisões, existe uma relação directa com o ser humano, delas podendo sobrexistir drama na forma de prisão ou morte, mas convém pensar que muitas outras profissões há que do erro podem ocorrer mortes, e ninguém as tem na ponta da caneta e da boca. Depois, a típica inveja lusa, sobretudo daqueles que ganham mais do que nós, como se fosse obrigatório nivelar os salários de todos. Se ganham mais, têm mais responsabilidades e por elas devem responder. É uma forma patética e básica de nos vingarmos daqueles que ganham mais, como se assim ficassemos o seu nível, baixando-lhes a vaidade e colocando-os definitivamente ao nosso nível ou ainda mais baixo.
Quanto mais vejo isto, maior o meu respeito pelos magistrados judicias e pelos médicos, e maior vergonha tenho de viver numa sociedade como esta, que julga demais, condena demais e é incapaz de viver com o outro e com as suas virtudes e defeitos, como se fossem donos de toda a virtude, nunca se enganassem e raramente tivessem dúvidas.
E pela profusão legislativa que por ai vai, qualquer dia ainda somos confrontados com um novo diploma que decretará que todos podem errar, mas que os Médicos e os Juízes estão proibidos de errar.

quinta-feira, 30 de outubro de 2008

REFLEXÕES 1

Ser ou Parecer? Para ser, talvez…

Eis uma realidade imutável, que diariamente nos acompanha ao longo dos tempos.
Expoente máximo desta realidade, os devotos de S. tornaram-se verdadeiros experts na arte de demonstrar que “aquilo que é, parece apenas, não é”, invadindo tudo o que mexe na sociedade civil, agora até como Assistentes num processo, quando estão ausentes em tantos mais importantes e prementes do que este.
Quantas vezes maltratamos aqueles que são simples na forma de ser, de se vestir e de se apresentar, porque dele colhemos a ideia que em nada pode contribuir ou ameaçar a nossa vida pessoal e profissional, enquanto bajuladores desfazemo-nos em atenções para os que bem se vestem, bem se apresentam, como se fossem pessoas acima de qualquer suspeita, e bem posicionados na vida, sinal que podem ameaçar-nos ou a vir a ser-nos úteis no futuro?
Sem que seja regra, a maior parte das vezes os primeiros parecem aquilo que não são, e os segundos são aquilo que não parecem.
Não é difícil encontrar exemplos desta realidade, mas entre tantos escolhi esta história verídica, que é apenas uma de muitas.
Um médico de Lisboa foi alvo do furto da sua carteira pessoal. Na mesma encontrava-se o seu cartão VISA.
Naturalmente fez as comunicações necessárias para o seu banco.
Ao receber o extracto desse cartão, constatou a aquisição de diversas obras de ourivesaria, num montante razoavelmente elevado (cerca de mil Euros), aquisição essa efectuada no próprio dia do furto.
Consciente que a venda só poderia ter acontecido por o vendedor não ter respeitado a regra de identificar o portador do cartão, confirmando tratarem-se da mesma pessoa (o portador do cartão e o nome inserido no cartão), o que responsabilizaria o mesmo pelos danos provocados, pensando que aquele seria um mero funcionário, para quem o montante sempre seria elevado, dirigiu-se à ourivesaria em causa para apurar este facto, a possível identificação do comprador e oferecer-se para suportar ele próprio os danos.
Este nosso médico é alguém que nunca teve grandes preocupações e exigências na sua forma de vestir. E lá foi até à ourivesaria.
Ali chegado, a funcionária, olhando aquela criatura de jeans, camisa entreaberta e cabelos em desalinho, logo o definiu como um não comprador, como alguém com menor interesse para si, tendo-lhe oferecido um tratamento desinteressado e mesmo algo rude.
O médico registou o tratamento menor a que foi sujeito e disse-lhe então que ali tinham sido feitas compras com o seu cartão, perguntando porque não tinha pedido a identificação ao portador do mesmo.
Sabe, respondeu a funcionária, o senhor estava tão bem vestido e era tão educado que nunca me passou pela cabeça que não fosse o próprio.
Recordando a forma como fora tratado pela funcionária, por certo pela forma como estava vestido, o médico encerrou a conversa dizendo-lhe:
Sabe, eu vinha aqui para lhe dizer que não se preocupasse que eu suportava os danos, mas como estou vestido de forma simples não lhe mereci consideração, pode ir pedir ao ladrão, que estava tão bem vestido e era tão educado, que lhe devolva os mil Euros.
Não sei se é mais uma consequência do nacional porreirismo tão típico dos portugueses, ou se gostamos mesmo é de ser enganados, ou ainda se é o tradicional low profile, que nos faz fugir de qualquer situação que possa implicar qualquer conflito, para cultivarmos nós próprios a imagem de tipos porreiros e educados.
Qualquer coisa será, mas que não é normal, não é.
Talvez fosse bom meditarmos nisto.

REFLEXÕES 1

Ser ou Para Ser

Eis uma realidade imutável, que diariamente nos acompanha ao longo dos tempos.
Expoente máximo desta realidade, os devotos de S. tornaram-se verdadeiros experts na arte de demonstrar que “aquilo que é, parece apenas, não é”, invadindo tudo o que mexe na sociedade civil, agora até como Assistentes num processo, quando estão ausentes em tantos mais importantes e prementes do que este.
Quantas vezes maltratamos aqueles que são simples na forma de ser, de se vestir e de se apresentar, porque dele colhemos a ideia que em nada pode contribuir ou ameaçar a nossa vida pessoal e profissional, enquanto bajuladores desfazemo-nos em atenções para os que bem se vestem, bem se apresentam, como se fossem pessoas acima de qualquer suspeita, e bem posicionados na vida, sinal que podem ameaçar-nos ou a vir a ser-nos úteis no futuro?
Sem que seja regra, a maior parte das vezes os primeiros parecem aquilo que não são, e os segundos são aquilo que não parecem.
Não é difícil encontrar exemplos desta realidade, mas entre tantos escolhi esta história verídica, que é apenas uma de muitas.
Um médico de Lisboa foi alvo do furto da sua carteira pessoal. Na mesma encontrava-se o seu cartão VISA.
Naturalmente fez as comunicações necessárias para o seu banco.
Ao receber o extracto desse cartão, constatou a aquisição de diversas obras de ourivesaria, num montante razoavelmente elevado (cerca de mil Euros), aquisição essa efectuada no próprio dia do furto.
Consciente que a venda só poderia ter acontecido por o vendedor não ter respeitado a regra de identificar o portador do cartão, confirmando tratarem-se da mesma pessoa (o portador do cartão e o nome inserido no cartão), o que responsabilizaria o mesmo pelos danos provocados, pensando que aquele seria um mero funcionário, para quem o montante sempre seria elevado, dirigiu-se à ourivesaria em causa para apurar este facto, a possível identificação do comprador e oferecer-se para suportar ele próprio os danos.
Este nosso médico é alguém que nunca teve grandes preocupações e exigências na sua forma de vestir. E lá foi até à ourivesaria.
Ali chegado, a funcionária, olhando aquela criatura de jeans, camisa entreaberta e cabelos em desalinho, logo o definiu como um não comprador, como alguém com menor interesse para si, tendo-lhe oferecido um tratamento desinteressado e mesmo algo rude.
O médico registou o tratamento menor a que foi sujeito e disse-lhe então que ali tinham sido feitas compras com o seu cartão, perguntando porque não tinha pedido a identificação ao portador do mesmo.
Sabe, respondeu a funcionária, o senhor estava tão bem vestido e era tão educado que nunca me passou pela cabeça que não fosse o próprio.
Recordando a forma como fora tratado pela funcionária, por certo pela forma como estava vestido, o médico encerrou a conversa dizendo-lhe:
Sabe, eu vinha aqui para lhe dizer que não se preocupasse que eu suportava os danos, mas como estou vestido de forma simples não lhe mereci consideração, pode ir pedir ao ladrão, que estava tão bem vestido e era tão educado, que lhe devolva os mil Euros.
Não sei se é mais uma consequência do nacional porreirismo tão típico dos portugueses, ou se gostamos mesmo é de ser enganados, ou ainda se é o tradicional low profile, que nos faz fugir de qualquer situação que possa implicar qualquer conflito, para cultivarmos nós próprios a imagem de tipos porreiros e educados.
Qualquer coisa será, mas que não é normal, não é.
Talvez fosse bom meditarmos nisto.

Teimosia ou Treinador de mão cheia?

Os jornaleiros de serviço já debitaram tanta asneira e tanta sentença, que é tempo de revisitar os casos leoninos tão propalados.
Stojkovic – Lesiona-se num jogo do Sporting em Alvalade. Joga lesionado pela Selecção. Regressa queixando-se da lesão.
É sujeito a tratamento. Volta à Selecção e volta a jogar.
Entretanto, por causa da lesão é substituído na baliza por Rui Patrício.
Treina-se queixando-se de dores na anca, mas exige o lugar na baliza (???).
Paulo Bento constata que o jogador não quer treinar porque está lesionado, mas quer jogar, pergunta se está lesionado ou se simplesmente não quer treinar, mas quer apenas jogar.
Surge a primeira entrevista, onde Stojkovic acusa o Departamento Médico de lhe ter dado alta quando ainda estava lesionado, isto apesar de sempre ter ido à Selecção acompanhado de Relatório Médico desaconselhando que jogasse. Se joga, é porque o Departamento Médico da Selecção dá o seu aval, não é o Departamento Médico do Sporting.
Continua a treinar pouco e mal. Paulo Bento mantém Rui Patrício na baliza e Stojkovic amua ainda mais.
O irmão Vladan dá uma entrevista onde diz que Paulo Bento não respeita Stojkovic e que ele é o melhor guarda-redes do Sporting.
Paulo Bento continua a não ver treinos condignos de Stoj e por isso continua a não contar com ele.
Mais uma entrevista, agora dizendo que é o melhor guarda-redes da Europa, mas quanto a treino digno de um profissional, nada.
O Sporting informa o agente (curiosamente, ou talvez não, o mesmo de Vukcevic) que pode encontrar um clube para Stojkovic.
O jogador vai aos Jogos Olímpicos, e apesar dessa presença e de ser o melhor guarda-redes da Europa, ninguém manifesta interesse nele, com excepção do Everton, que pede para o jogador treinar à experiência. Como é? O melhor guarda-redes da Europa e não o conhecem suficientemente para exigirem um período de experiência?
Sem clube interessado, o Sporting integra-o no plantel, inscreve-o em todas as provas, mas declaradamente com ele não conta.
João Moutinho – Após o jogo como o Blackburn Rovers, para o Torneio Internacional do Guadiana, declara que quer sair do Sporting por razões de ordem pessoal, que não têm que ver com o Sporting.
Paulo Bento afirma que as declarações surgiram em má altura (como se houvesse boas alturas para uma declaração destas), mas reitera a confiança em João Moutinho.
Mais treinos e jogos, onde João Moutinho, apesar de não concretizar o seu desejo, continua a dar exemplo de esforço e dedicação.
Perante um comportamento tão profissional quanto este, Paulo Bento não só reitera uma vez mais a confiança em Moutinho, como afirma que manterá a sua posição de capitão de equipa.
As declarações foram apenas um momento menos feliz, a que todos temos direito.
E apesar das suas declarações, continua a treinar-se em grande e a cumprir no mesmo jogo várias posições no campo, aquela que mais gosta e aquelas que menos gosta, sempre com grande profissionalismo e brio.
Vukcevic – No aquecimento para entrar em jogo na Final da Taça, manifesta o seu desagrado por ter sido suplente, efectuando o aquecimento de forma displicente e desinteressada, num claro comportamento de pouco profissionalismo. Paulo Bento desiste da substituição.
Não há consequências seguintes, porque a época acaba.
No regresso, declara que se é para não jogar, se calhar o melhor é pensar noutro clube.
Joga a efectivo contra o Blackburn Rovers.
Faz vários jogos de preparação, alternando a titularidade com a condição de suplente.
No primeiro jogo da época é suplente e declara que não quer ser suplente e que merece ser titular.
Má aplicação nos treinos resulta em afastamento da equipa.
Na selecção de Montenegro queixa-se a Filipovic que está a ser injustiçado por Paulo Bento.
Filipovic depois de falar com Paulo Bento, aconselha Vukcevic a treinar-se mais e melhor e a acatar os seus conselhos.
Na semana que antecede o jogo com o Real Madrid faz todos os treinos integrado na equipa principal. No último treino faz um treino miserável, é chamado à atenção para a pouca aplicação, respondendo mais ou menos isto: isto é só um treino, não me quero magoar.
Paulo Bento leva à letra o receio de Vukcevic e nem sequer o escolhe para o banco da equipa nesse jogo.
Vai à selecção e lesiona-se no mesmo ombro que lesionara no jogo com o Basileia, da época passada.
Acaba por jogar pela selecção, mas quando chega a Lisboa diz que está lesionado.
Entretanto já declarara que vai sair em Dezembro, despedindo-se dos adeptos leoninos.
Continua a treinar-se pouco e mal.
Deixa de fazer parte das escolhas de Paulo Bento, que para acabar com as mentiras dos jornaleiros do costume, esclarece qual a razão porque Vukcevic não joga, como se fosse algo que não se soubesse já.
Uma vez mais, os adeptos leoninos acreditam-se mais nos jornaleiros que nos próprios elementos do clube.
Claro! Estes adeptos não são facciosos, são mesmo é pouco inteligentes.
Miguel Veloso – Paulo Bento coloca-o a defesa-esquerdo no jogo na Ucrânia, e o jogador manifesta desagrado, bem ao tipo de menino mimado. Os treinos subsequentes mostram um Veloso pouco aplicado, e é afastado da convocatória de Paços.
Yannick Djaló – Paulo Bento coloca-o como avançado recuado no jogo com o Porto, e Djaló falha, manifestando mesmo alguma falta de aplicação. Curiosamente, essa posição não lhe era estranha, pois por diversas vezes substituíra colegas para jogar naquela posição, com bons resultados e aplicação, coisa que foi ignorada pelos jornaleiros do costume.
Aplica-se menos bem nos treinos e é afastado da convocatória para Paços.
CONCLUSÃO:
Mourinho afasta Adriano e Júlio Cruz da equipa do Inter, e é aplaudido.
Rainieri puxa as orelhas aos jogadores da Juventus, e é aplaudido.
Jesualdo Ferreira envia Helton para a bancada e está tudo calado.
E o Paulo Bento é que é teimoso e birrento?
Porque são uns bons e outros são birrentos e teimosos?
Onde está o bom senso e a clarividência dos adeptos leoninos?
Qual foi o jogador que foi afastado por fazer declarações aos jornais?
Se não foi nenhum (e acima já vimos que não foi), porque querem comparar o caso João Moutinho como Vukcevic?
E porque razões os adeptos leoninos vão atrás dos vendilhões do templo, mais conhecidos como jornaleiros, ampliando o burburinho e criando crises onde elas não existem?
Acaso querem apoiar os jogadores que não respeitam a profissão e o clube, em vez de apoiar o treinador que luta contra esta turma de meninos mimados?
Quem responde?

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Como gado.......... Até quando?

Finalmente posso regressar a este espaço.
Com início renovado a partir do próximo dia 1 de Outubro, numa verdadeira reabertura venho junto de vós para falar sobre um artigo postado no blog http://futebolar.portugalmail.pt , sob o título supra citado, da autoria de Fernando José Tavares.
Para que possam entender todo o enredo, desde já os convido a visitar o blog em questão, escolher o artigo "Como gado........Até quando?", onde poderão ter uma visão total da questão.
Se quiserem fazer o favor, acompanhem-me então.

1. CULPABILIZAÇÃO E/OU VITIMIZAÇÃO
Se conseguirem abstrairem-se das localizações de cada um, acabam por chegar à mesma conclusão:
Para os benfiquistas, todos os males do mundo residem nos portistas, em Pinto da Costa e no Porto.
Para os portistas, todos os males do mundo concentram-se nos lisbonários, no centralismo de Lisboa.
Enfim, os ódios de estimação são distintos, mas as pessoas são na sua génese iguais e da mesma espécie, que julgam que a razão é de sua propriedade e, por isso, só exigem direitos, esquecendo-se do primeiro dever, pois nele reside o motivo para exigirmos respeito por nós próprios: respeitar o outro, o seu espaço e as suas ideias, por mais disparatadas que vos possam parecer.
Creio que é tempo de uns e outros moderarem os ataques, pois metem tudo no mesmo saco e associam milhares aos vossos verdadeiros alvos, o que desde logo não me parece justo.
O grande filósofo Sócrates legou-nos uma frase hoje muito em voga: "Não sou ateniense nem grego, sou um cidadão do Mundo".
Sem perda da identidade de cada um, creio que é tempo de todos assumirmos pelo menos, que não somos portistas nem lisboetas, somos cidadãos portugueses.

2. AS BAGAGENS
Em regra, nos voos directos não se perdem bagagens. Onde são perdidas é quando existe transbordo, umas vezes por falta de tempo para as levar de um avião para outro, outras por opção logística, outras ainda porque os Terminais ficam distantes um do outro e não possibilitam esse transbordo.
Sempre que há perda de bagagem, por parte da Companhia transportadora existe a susceptíbilidade de indemnizar o passageiro pelos danos causados.

3. OS ATRASOS DOS VOOS
Os atrasos podem ter duas origens:
Operações de Terra - Problemas no check-in ou no embarque, atrasam a partida do voo, ou mesmo qualquer anomalia técnica detectada pela tripulação, a qual só após diagnóstico onde fique claro que cumpre as regras determinadas pela Companhia Aérea e/ou pelo Manual do Avião, pode iniciar a viagem.
Operações Ar - Problemas relacionados com o tempo, nomedamente ventos, turbulência ou poços de ar, ou ainda anomalias técnicas detectadas em pleno voo, podem implicar um atraso do mesmo.
Por isso, não faz sentido comparar os atrasos do metro chinês com os atrasos dos voos, pois que se saiba o metro não está sujeito às condições meteorológicas.
De qualquer modo, porque a aviação para ser rentável hoje em dia, carece de uma operacionalidade elevada, com os menores recursos técnicos possíveis, os aviões estão em permanente rotação, pelo que o atraso de uma chegada, implica necessáriamente um atraso na Partida, num efeito dominó que se prolonga até ao fim do dia.

4. A GESTÃO AEROPORTUÁRIA
Deixando a questão do tipo de gestão, pública ou privada, para mais tarde, debrucemo-nos na gestão em si.
O Jorge32SD invoca exemplos estrangeiros, nomeadamente nos USA, para concluir pelo princípio: "Hoje não interessa um aeroporto dentro de uma cidade, mas uma cidade no interior do aeroporto".
É verdade, e são muitos os exemplos.
Em Portugal, só pensando nos aeroportos de segundo plano, Faro tem uma enorme oferta no plano turístico, com inúmeros hoteis, praias, campo e campos de golf, onde a variedade vai do puro lazer, às Conferências, Congressos e Reuniões de Negócios. Isto implica uma afluência positiva de passageiros, sobretudo através de voos Charter, alguns de Low Cost, mas a esmagadora maioria Charter's, o que significa uma enorme interligação entre Agências de Viagens e Companhias Aéreas. Existindo clientes há negócio, e se as rotas encontram-se livres de concurso (o que actualmente acontece, por determinação CE), são solicitados direitos de tráfego ao INAC, o qual admite o pedido ou não, em função da capacidade operacional aeroportuária. O INAC não pode admitir um pedido para um determinado horário, quando existem 10 stands (lugar onde estacionam os aviões) e todos estão já ocupados.
Situação parecida existe nos Aeroportos do Funchal e Ponta Delgada, aqui já com bastantes voos regulares, sobretudo ligações entre Portugal Continental e as Ilhas Adjacentes.
Em todos eles a oferta no interior do Aeroporto é medíocre, existindo porém uma ampla oferta num perímetro alargado do mesmo.
Lisboa não difere muito dos outros aeroportos. Todos eles têm importantes unidades hoteleiras em sua volta. Quais as diferenças?
Desde logo no interior do próprio aeroporto, onde a oferta em Lisboa é medíocre, também porque não pode alargar-se no espaço.
Mas onde Lisboa (e todos os outros aeroportos nacionais) falham rotundamente é no sistema de transportes, coisa que não é vista como importante em Portugal, mas que para os outros é fundamental.
Zaventem (Bruxelas) e Schiphol têm uma Estação de Comboios no interior do Aeroporto, que podem conduzir os passageiros para o centro da cidade ou para outros países.
Portanto, os custos e proventos operacionais de um aeroporto estão de facto directamente relacionados com o movimento de passageiros, tanto maior quanto maior é a oferta das tais actividades existentes nos terrenos vizinhos, sejam eles actividades desporivas, lazer ou negócios. Se não há nenhuma delas, diminui o afluxo de passageiros.

5. A PORTELA DE SACAVÉM
Ao contrário do que dizem, não houve qualquer pressão de Lisboa, através da ANA, da TAP ou do Governo, sobre a Ryannair.
Creio que a questão prendeu-se com exigências ao nível de custos operacionais (as chamadas taxas aeroportuárias) e de isenções fiscais, para as quais não foram dadas respostas positivas. A cidade de Barcelona cobriu essas exigências (o que o Governo e a cidade do Porto não fizeram) e a Ryanair mudou a sua base operacional para a cidade Condal.
Seja porque o Porto apenas se limita a reinvindicar um Aeroporto e voos, sem dimensionar a sua oferta, a verdade é que o Aeroporto de Lisboa está em grave crise operacional, à beira da ruptura, a tal ponto que já este ano por várias vezes aviões estacionaram no Aeroporto Militar de Figo Maduro, por esgotamento dos Stands.
Portanto, é urgente a construcção de um novo aeroporto. E tivesse sido feito logo que foi aprovada a sua construção, hoje estava já em funcionamento, com menores custos e mais e melhor oferta.
Em Lisboa existe um voo para e de LCG (La Coruña), e vem sempre com muitos lugares disponíveis. Porque será?
Se existem passageiros no Porto, porque razão o grupo de empresários e a JMP não exigem à TAP um voo que cubra essa rota? Precisamente porque não tem dados e garantias que existam passageiros.
Ou será que a JMP e os empresários do Norte só estão interessados se eles ganharem com o negócio, o que sempre revelará pouco interesse pelos seus concidadãos?
Digam-me agora: quantos passageiros têm para o Brasil por dia, e quantos pensam que podem aí desembarcar? Sabemos pelos resultados operacionais do passado, o que levou ao encerramento da Escala de Trânsito que existia. Lisboa tem voos diários para: R.Janeiro (2), S.Paulo (2), S.Salvador, Brasilia, Recife, Belo Horizonte e Natal, e vêm e vão cheios. Conseguem fazer oferta igual? É que muitos desses passageiros fazem transbordo em Lisboa, com destino a Itália (Roma, Milão, Veneza e Bolonha), Espanha (Madrid, Barcelona, Bilbao, Valência e Sevilha), Paris, Bruxelas, Amsterdão, Londres e Frankfurt, para além de África e USA. Como não têm oferta desses destinos, porque não têm passageiros, o que vai aí fazer um voo destes países?

7. A PRIVATIZAÇÃO
A questão da privatização não é pacífica.
Porque será que nos outros países também é uma empresa pública, ainda que com parte de capitais privados, quem assegura a gestão?
Os transportes são (ou devem ser) objecto dos fins do Estado. Já viram o que seria uma empresa privada dizer que manda ali é ela e determinar regras operacionais?
O INAC é fundamental na operacionalidade de um Aeroporto. Já viram o que era a gestora dizer que ali quem mandava era ela, quando existem regras de segurança aeroportuárias que devem ser obrigatoriamente cumpridas?
Como impor regras públicas, de segurança (INAC, PSP), fiscais (DGAIEC e GNR-BF), e tráfego humano (SEF e DGSaúde) a uma empresa privada?
Naturalmente, quem gere de modo privado, quer ter o poder de dirigir, pelo que se pergunta como admite sujeitar-se a estas regras?
Por isso são públicas as empresas de gestão dos aeroportos internacionais no Mundo, não conhecendo eu nenhuma privada.
Porém, não deixa de ser curiosa a oferta da SONAE e Soares da Costa.
Não paga qualquer renda ao Estado, faz um investimento superior a 500 milhões de Euros, mas só ela retira proventos; oferece 200 milhões de Euros para o Fundo de Promoção da Região Norte e ainda exige uma compensação pelo investimento feito, que só ela retirou proventos?
Mas que grande negócio.
Se concordam com ele, pergunto-vos se não têm uma empresa ou actividade liberal, que eu faço um investimento nele, tiro os dividendos, não pago nada, e depois, quando acabar o prazo de locação, vocês ainda me pagam o que investi e mais uns Euros para eu regressar a rir.
Meus amigos, eu não acredito que aplaudam e considerem séria uma proposta destas. Isto é barro que se atira à parede para que a proposta seja recusada (só pode!) e depois virem atiçar a malta contra os malandros que só querem um aeroporto para eles, e todos sabemos que a multidão é cega, não vê e não pensa.
Se me permitem, digam antes aos vossos empresários para:
Construir unidades hoteleiras no perímetro do aeroporto, criar actividades de lazer, oportunidades de negócio (bolas, vocês têm a Expor Norte), atraiam conferencistas e Congressos Profissionais, e depois vão ver se não começam a fazê-los sentir a necessidade de ter voos para aí.
Agora negócios da China como o proposto?
Cumprimentos a todos os meus amigos portugueses